terça-feira, 8 de setembro de 2009

" Na MODERNIDADE LÍQUIDA, a qual vivemos , as pessoas não se relacionam, porém trocam interesses." Zédu
Por isso, " ñao quero beleza, quero identidade, beleza é uma superficialidade medrosa" Clarice Lispector.
Pois, " quando repetimos as coisas, mesmos tantas vezes, mesmo aquelas coisas que perencem à nossa Fé, ou à nossa própria esperança, essas coisas começam a morrer e, como...Por isso, não é possível dizer as mesmas coisas, ainda que elas sejam tão importante..." MAYSA
Portanto, o previsível é banal, se torna rotineiro e clichê. É repleto de situações mecanizadas.O agir, torna-se fração de segundo, algo não calculado, muito menos planejado.Ir além é projetar-se e relativizar os mundos, que , também, são paralelos...
A poesia é muito mais que uma arte, um expressão de cultura , ou fatos.A poesia é janela indecifrável da ALMA, é a sublimação do SER.Daquele que está constantemente à procura, de algo que se renova, A VIDA...
Não virei, aqui, profetizar meus cantos, nem tão bem, decifrar meus signos, mas sabe...as coisas são muito mais emblemáticas, pois persistem o concreto e o abstrato...E eu, sou apenas, um poeta, quem dirá à VIDA....
"Se a SAUDADE existe, ela é a janela da SOLIDÃO, pois Só a ESSÊNCIA permite, se de mim o tempo árdua-EXALTAÇÃO..." Zédu



Desculpe me os resignados estóicos, os recalcados , conservadores, moralistas, medievais...mas meu tempo é findo e intenso e, só dou bandeira a viver e me permitir.Sou libertário ao extremo, pois acredito no ser pensante e em sua essência.Não acredito em escolhas , mas em condições, até porque, vivemos num protótipo de sociedade com teorias compradas e vencidas e, o SER é fruto desse âmbito.Pois então, me deleito no resgate do individualismo para expandir minha essência... Explorar meus passos e espaços a alcançar, ir além até almejar o que preciso e reconhecer meus limites e, saborear o dom da vida e, nunca me esquecer de princípios, que me tornem humano e capaz, pois enquanto transito pela minha existência, sei que sou errante, pois contudo, um enigma a me revelar...um adeus constante, porque à cada momento estou a me reformular.Não transvio meu caminho, simplesmente condiciono minha diretriz...

Às vezes, me pergunto para VIDA, qual será seu fim?Por voltas me vejo nesta indagação,porém não me contento com as frivialidades, quero sempre mais, a expandir.
A VIDA me chama em suas conexões, e meus devaneios noturnos me deflagram a encarar o enigma e decifra-lo.No ar sintético e vívido das coisas, me enriqueço de propostas mais sutis, o que poderia sorver minhas dores...Minha eterna existência persiste em ressaltar me como um mero REMEDIÁVEL MORTAL...Sei que devo aprender a agregar valores nessa transitoriedade fullgas.Condiciono minha diretriz, pois sei que sou a chave e o escudo de minhas viagens astrais.E não há mais nada a declarar, pois nessa vida existe um SUBLIME prumo à conquistar...Por tudo que me encontrei e desatei, sei...são marcas e direções que norteie.Portanto , a minha VIDA inteira sonhei e não desisti, por meras vezes , sempre , me permiti de ir ao encontro do meu querido, EU SUPERIOR...Inté ZÉDU
À luz do luar...

Pois bem, trago a ti o silêncio das ruas,
nesses anos de vida,
para que o tempo mostre
a exatidão repartida e fracionada pelos campos ,
por essas áureas dúbias
dos cantos sozinhos de relicar...

Sou eu, o ser amante,
intenso das exaltações,
pois bem sei donde vim...
profusão dos perfumes do luar,
dos sentimentos da alma.

E de repente,
Vou contra a corrente,
Das imagens que refletem-se
Na ilusão.
Como um prenuncio dos deuses humanos,
Que estáticos em suas esquinas da vida,
Lhe deflagram seus ímpetos,
Sem escolhas a lhe salvar... Zédu 26/05/09
A dor do crepúsculo

Num encontro das almas cinzentas de meu relicar,
Palavras, palavras sinceras,
Textos, estantes à almejar.
Atmosfera amante a desatar
Recolho me às nuvens nubladas,
Dubladas ao seu olhar.
Poder procurar e não encontrar
O brilho, a tristeza,
O desterro ao gostar.
Pois poderia andar pelas estradas,
Recobrir meu brio,
E ao achar o vazio me deflagrar.

Para onde cobre meu céu?
Por voltas ao leu...
Ao sentir o toque
Dos sonhos vazios,
Do ninho das almas descrentes.

Passa-me, então,
Escurece meu chão.
Para na busca do amanhã,
Aquecer-me.
Desejar-te.
De propostas intensas
Sobre meu vão.

Cai a noite,
Chove a sombra,
Escurece o entardecer
E as palavras ficam ao vento,
Pois se vão sem mim.
Onde as deixei,
Escaparam-se
È o tempo—efemeridade
Sobre as razões humanas,
Não quero sê-las ingratidão.

Devagar-me-ei ao saber,
Se porquê me esmerar
Ao encontrar dizer:
Como vai você?
E nada mais...
Pois é isso...
Espectro de emoções.
Adeus a nós! ( à aqueles que sorveram o tempo e despiram suas almas)


Nosso pensamento chegou à razão.
em detrimento de nossa fé,
que só nos deve ao prazer.

O pecado é um bem de carne.
meu coração impulsivo,
sempre em busca.
Eu já toquei-te a alma.
Eu que já esmoreci-te,
peço-lhe perdão.
Pois o fogo do amor não calcula a perda.

Vamos brincar com nossos corpos!
Vamos nos inflamar de luxúria!
Pois não há nobre,
que resista ao incessante prazer...
Se perder no tempo,
traz riqueza à alma.

A pálida solidão cala-te,
nesse instante.
É vazio ser só,
seguir só em um caminho de espinhos.
Mas o Sol brilha ao seu lado.

Não previ a distância que me insulta.
Vivo em busca de sua conduta.
Se sou efêmero à esse tempo volátil...

Parta-te para mim!
Adeus a nós não existirá fim...
Zédu,16/03/04
(Em homenagem à Carmen Mayrink Veiga)

Carmin

Sorrir com os dentes de ouro
e uma capa de verniz.
O mundo é lindo,
um paraíso, disse ela.
as convenções te esperam no verão.
Seu Sol é cinza de veludo.
Seu bronze parco no escuro.
Nos olhos de quem já viveu.
A dança do salão, as luzes, focos em ação.

Quando a vida passa seu esplendor,
sua redoma de brilhantes,
diamantes--seu preço.
Seu amuleto.

Na aristocracia a lembrança.
uma lembrança de promessas,
que se vão ao relento do luar.

Seres somos simples
a criar a lenda, o mito
cruel da dança.
É a vida...
de esbaldar o mel à venda.

Onde estará meu amor classudo?
E meu olhar difuso,
ao tentar andentrar
suas nuvens impermeáveis,
mas favoráveis e reais?

Ao encontrar seu buquê de rosas CARMIN,
num projétil estático.
Sobre a aurora cálida,
vejo o marulho do mar,
incansável de prosseguir
a rota dos navegantes...

Meu rumo não está ao mar...
Despeço-me à cada gota.
a lágrima salgada faz-me brotar
um singelo olhar penetrante,
pois um dia,
a vi passar...
E as flores descrentes surgiram límpidas
e estreladas.
O seu olhar!
Zédu,22/07/07
(Em homenagem a um cachorro de rua, que perpetuou meu olhar)


Rua

Rua rasteira,
solene, escura, quieta...
Rua sem fala.
Rua obscura.
Massa cinzenta sobre covas enterradas.
Passa o ferro, roda e dor e,
o cão solitário bordeja na rua...
A rua da monotonia.
Em suas encruzilhadas,
passa a juventude escaldante.
Uma reta secante.

Escuta-se lágrimas,
Escuta-se sorrisos e gritos.
Escuta-se desespero.
Escuta-se desespero.
Escuta-se afego na rua da morte,
A rua assassina.
A rua demente, rua vazia.
A rua sem sentimentos...

Passa gente, passa a hora...
Passam os vivos, vagam os mortos...
Ninguém vê a marca,
a prova,
ninguém escuta.
E tudo segue só,
na rua do silêncio...

Passa o vento, esfria a dor.
Mas o sentimento
que guardo no peito,
foi de quem viu e,
não se esqueceu.

Talvez um dia,
vagará sozinho na rua.
Mas qual rua?
A rua escura, a rua sozinha.

A RUA DA AMARGURA... Zédu 3/01/02
Perguntando à essa eterna indagação, que estremece as condutas e os comportamentos humanos, será que AFRONTAMOS, ou reproduzimos às coisas já criadas?Como máquinas de um consumismo, que transpassa às vaidades pessoais, donde seus produtos tranformam-se em Egos sociais , muito bem estratificados, edificados e maquiavelicamente hierarquizados...
Quando vou me à Vida, vou com coragem, nessa estrada onde reconheço meu chão...Trabalhando face à face minhas personas ao longo do dia.Cada espaço à desconstruir o NEXO CAUSAL.
Com minhas vestes, descubros IDENTIDADES e, boas risadas...
Ah, Vida... minha eterna magia, meu lapso , meu alento...Deixo partes de meu CORAÇÃO pueril, sob a alma, que se diz humana...O que importa me é aquilo que tentei instigar, pois o resto não me importa.Se analisar cada dimensão que nos envolve, não faria sentido seguir adiante, pois tudo faz parte de uma conjuntura.
Freios , desejos e pretensões são DONS bem mais eficazes.Ao aliar-me com o DIVINO, reconheço que não está num pedestal ou nem sequer num altar suntuoso, mas próximo á minha mente errante e existencial, que perpétua pelas estradas da VIDA, numa mesa FRATERNA de bar com minha jovem IRMANDADE.
Ah, mas pode ter certeza, que mesmo me analisando psiquinalíticamente, você não vai me descobrir somente EU, porém uma legião de existências que habitam, esse meu corpo étereo, delgado e muitas vezes necessário e fulgás...
Portanto, vá E, não pare aqui! Eu não sou nada para você! Sou apenas palavras entrelinhas, que permanecem sob seu chão ou não...