quarta-feira, 8 de junho de 2016

a face...

já faz tanto tempo...
em que queria olhar em seu rosto
e dizer apenas...
que não quero mais nada...
já faz tanto tempo em que
nos mantemos desavisados...
desajustados por uma
atmosfera inócua e atemporal...
na face dos relatos da vida...
que perpetuam...
em nossas direções...
mas agora...
eu quero saber como você
não está...
como o inverso de tudo
o que pretendia saber
e ouvir...
o silêncio  da penumbra
da noite...
proclamando o que
sentia e dizia por ti...
nos oceanos revoltos
das mentiras...
jorradas em mim...
na pretensão de uma
face suja e qualquer...
eu queria dizer...
que não posso mais te amar...
que não posso sofrer
sem me machucar...
a qualquer tempo intempérie
sobre a face oculta do absurdo...
das mentiras vivas...
que nunca tem fim...
a pensar em ti...
eu me perco na jornada
infinita de minhas inconstâncias...
sobre memórias intensas e fartas
de ti...
recordações num papel...
que prefiro rasgar...
a não me debulhar de saudades...
nem perder os prenúncios
de um tempo que se findou...
sem apenas começar...
e sua face é o retrato
de tudo o que encontro
pela cidade abandonada
entre nós...
não há mais tempo nem face
e tudo já não me importa jamais...