CURVAS NO DESERTO...

FOI UMA GRANDE LOUCURA...
TANTA AVENTURA...
COUSAS DE DIREÇÃO,
TOM SOBRE TOM...
COR INTEIRA E INTENSA,
A ILUMINAR
O DESERTO DO AMANHÃ...
EU ME ENTREGUEI...
QUANTA LOUCURA...
E FUI EMBORA,
SEM DEIXAR VESTÍGIO...
FAZ UM BOM TEMPO,
UM GRANDE SILÊNCIO
A SENTIR AS DORES DAS AMARGURAS...
E, VOCÊ, TENTOU,
ME AMOU,
MAS NÃO ME PERDOO
COMPLETAMENTE...
QUANTA LOUCURA...
MAS QUE DOÇURA
NO PALADAR DA VIDA...
DAS CORES INTEIRAS.
IMENSIDÃO
SOBRE O MAR...
DIA APÓS DIA,
QUANTA LOUCURA...
QUE EU PASSEI...
E ME PERDI...
POR INTEIRO...
COMPLETAMENTE...
E, VOCÊ, NUNCA MAIS
ME AMOU E PERDOO,
COMO UM ERRO ESQUECIDO,
NO DESERTO DESSA MANHÃ...
MINHAS VERDADES FORAM TÃO CLARAS,
COMO O SOL DE UMA
TARDE DE VERÃO...
TÃO INTENSAS E NÍTIDAS,
A OFUSCAR QUALQUER CERTEZA...
NÃO PRECISO DE SUAS RAZÕES,
POIS APRENDI SOZINHO,
QUE POSSO SORRIR
PARA VIDA INTEIRA SEM ME FERIR...
POSSO SER  MAIS SENSÍVEL
E SINCERO DE QUALQUER
FORMA JEITO OU OCASIÃO...
QUE A PROJEÇÃO DE SEU OLHAR,
SOBRE MINHAS LOUCURAS
E TANTAS AVENTURAS,
SOBRE AS CURVAS NO DESERTO,
OU NAS CALÇADAS BATIDAS
POR UM PALADAR...
POR UM MOMENTO A ME FAZER FELIZ...
REALMENTE, NÃO QUERO
MAIS NADA NEM PERDÃO
DO QUE É CERTO,
A ME FAZER SONHAR...
MAS VEJO EM VOCÊ,
MINHAS LEMBRANÇAS PERDIDAS DO DESERTO...
SEU SIMBOLO ELOQUENTE DE PAZ...
DE UM ADEUS ACERTANDO
TODOS OS ALVOS.
O MUNDO É FELIZ SOZINHO,
ASSIM,
RASGO MINHAS ROUPAS,
POIS MINHA EXPRESSÃO
É MAIS FORTE E INTENSA,
QUE O FOGO,
QUE ALIMENTA E QUEIMA
NOSSA FACE...
MAS QUANTA LOUCURA...
VOCÊ PERDEU DE MIM...
O DESERTO É MAIS SEGURO
COMIGO...
VOU PRA QUALQUER LUGAR...
RUMO AO SOL,
NA BATIDA DO VENTO,
QUE SOPRA EM MEU CORPO...
AS SUAS DÚVIDAS
SÃO APENAS ESPERANÇAS
SEM VALOR
E ESQUECIDAS PELA MINHA FACE...
POIS MINHA VOZ ECOO
DE UM GRANDE CHÃO
SECO E ÁRIDO...
ASSIM,
PASSA RÁPIDO O TEMPO...
E DIGO ADEUS
À SOLIDÃO...
QUANTA LOUCURA VOCÊ
PERDEU...
NO SILÊNCIO DE PAIXÃO
SOBRE O DESERTO...
DO QUERER AMAR
COMPLETAMENTE...