terça-feira, 24 de maio de 2016

UMA CERTA LUZ....

é melhor você se esquecer de mim...
já não sou mais a face
de que você cruzou num tempo...
onde o sol era o rei da nossa lei...
onde nossa luz era o encanto...
nossa magia...
nossa alegria...
é melhor você ir em frente...
pois já fostes embora...
bem breve...
e sei que sua partida...
acabou com minhas ilusões queridas...
festes de mim sombra
da minha arte...
festes minha face um retrato
sem expressão de qualquer ventura...
é melhor esquecermos um ao outro...
um no outro...
é melhor não saber o que é melhor...
e deixar a vida seguir como o vento...
como algo que não tem fim...
me desculpa amor...
por não poder lhe dar amor...
nem fé nas esperanças...
pois eu não sei...
dizer às promessas que
elas precisam ficar sozinhas e vazias...
sem a presença de nós...
na carne e na alma...
de quem vive a se entrega a viver...
nas linhas do destino...
mas você deve ter ouvido muito bem...
a voz que grita em seus ouvidos...
silenciosos...
que falaram de amor por ti...
que te confiaram à alma...
a dançar e sorrir...
sobre as nuvens claras no céu...
sobre o brilho das estrelas...
e sobre tudo o que reservei somente a ti...
é melhor irmos embora...
sem nos despedirmos...
sem dizer adeus ao coração...
pois já não somos mais os mesmos...
e sempre há um certo limite...
as nossas conquistas e sentimentos...
que nunca acabam por si...
eu preciso dizer...
mais nada...
você escolheu algo que
não cabe mais em mim...
e eu não posso mais confiar mais em ti...
apenas me entrego ao sol...
para me aquecer de um amor...
que nunca tive...
uma certa luz...
que me diz...
vá embora...

espero o fim...

mas eu só quero...
que o dia acabe...
que o mês acabe...
que o ano acabe...
que as pessoas se esqueçam...
e tudo se recomece, novamente...
em outros lugares,...
em outras formas...
em outros sentidos...
palavras que se cansam de serem as mesmas...
coisas que já não têm mais importância...
pessoas que não significam mais nada...
e nada mais há sentido...
em vários contextos...
desconstruindo formas...
ressalvando valores e pretensões...
amarga esfera e atmosfera...
nebulosa confusão do tempo...
em sentido da vida...
espero o fim...
sem começo nem partida...
não quero o que se é ...
ou o que se diz ser...
quero o que não depende...
o que se desprende...
como atos em conjunções disformes...
se parar para pensar...
não existe valor nem princípio
contínuo ou eterno...
a sintonia se faz...
pela o oportunidade e ocasião
de cada momento...
e nessa dança sem par...
prefiro conjugar meu verbo
de liberdade e paz...
por mim...
pois sei que por todos
nunca há sinceridade e
a realidade é fria...
como objetivos racionais...
que somente a mente define...
não...mas não...
não quero definir nem declarar...
não quero expor nem revelar...
não posso esperar...
é apenas o fim...
o fim de tudo que sempre fora assim...
o fim de cada nexo...
e o recomeço para mim...
espero não com a esperança...
mas com a convicção e certeza...
de que vai acabar...
o que nunca foi parte...
não me queira mal...
nem olhe pra mim...
o amor é uma tragédia sem fim...