EU VIVO DO AMANHÃ E,
DA INCERTEZA DO AGORA...
E AS PALAVRAS NÃO PODEM
SER MAIS COMPOSTAS...
EU VIVO...
SOBREVIVO SEM DIZER
ALGUM AVISO...
MAS O TEMPO ARDA
EM SUAS VENTURAS...
NAS VESTES PROCLAMADAS
DO AMANHECER...
SOBRE AS NUVENS...
E NÃO HÁ ATMOSFERA
INTACTA OU PRECISA...
DEVANIR...
COMO UM LAPSO...
O CORPO É UM CAMINHO
ENVOLTÓRIO...
VOCÊ ME DIZ APENAS
AS COUSAS QUE PRECISO...
MAS NÃO SABE ME DIZER
O QUE A VOZ ME SENTE,
E O QUE ME NUTRE...
E ME DEIXA SÓ...
NUM RETALHO DE PEQUENOS ESPAÇOS...
SOBRE UM MOMENTO
APENAS...
EU NÃO POSSO TOCAR
AS PROFUSÕES...
NEM CLAMAR ÀS ALTURAS
DOS SUBLIMES E DIVINOS...
E POIS, NA TERRA
ME PERFAÇO...
ENTRE O CÉU, AS NUVENS...
NAS ÁGUAS E NOS OCEANOS...
NO QUE ME RESTA...
DO PARAÍSO...
SEM ME ESQUECER
DE MIM...
E TUDO PASSA...
ASSIM COMO O DESTINO,
QUE ENCONTRA A RAZÃO,
A FORÇA E A CORAGEM...
REDENTORA DOS DESAVISADOS...
AMANHÃ É APENAS UM PRELÚDIO...
HOJE É A SORTE OU QUALQUER COUSA
PROVEITA DE ADVENTOS...
MAS NADA VAI MUDAR...
NADA VAI PASSAR...
POR ALÉM DAQUI...
E TENHO DE IR...
SIM...
EU NÃO ESTOU MAIS
AQUI...
NEM MEREÇO TANTA
GRATIDÃO...
