PONTEIROS

SABE,
NÃO VENHA QUERER ME PROMETER
QUE O TEMPO É A ILUSÃO DE SEUS OLHOS,
QUE SE FORAM POR ALGUM MOTIVO
DE QUE NÃO ESTAVA PREPARADO...
NÃO ME VENHA DIZER
SOBRE COISAS QUE PERPETUAM SE ATÉ EM SUA ALMA...
POIS VOU ALÉM DE MIM,
NAS BUSCAS SINCERAS DE OUTRAS PALAVRAS...

COMO VIU,
PASSAMOS E PERCORREMOS SEGUINDO
O QUE NÃO VÍAMOS ADIANTE...
DE BRAÇOS ABERTOS PARA VIDA,
PRUDÊNCIA MINHA,
QUE DISCIPLINEI COM CORAGEM...

NÃO, NÃO SEI...
NÃO VIERAM ME BUSCAR
DE OUTROS SONHOS,
QUE A MENTE FLUI E CAPTA...
POIS DECIDI,
ÁVIDO EM MEU SOLADO RASGADO
DE PERNAS OBLÍQUAS E PUERIS,
LONGELINEAMENTE SIMÉTRICAS E ANGELICAIS,
QUE O CORPO HUMANO ME CONCEDEU
COM BONS PLURAIS...

EU PERCORRI AS DISTÂNCIAS,
DE QUE NUNCA HAVER-SE-À DE SABER OS PRUMOS...
POIS O BRIO DAS VENTURAS,
CÍCLICAS E VITAIS,
ME FORA CONCEDIDO...

E NÃO QUERO DIZER, PENSAR, AGIR NEM CEDER
POIS NÃO ÉS CAPAZ NEM ABSOLUTO
EM SUAS ESTRUTURAS A RESISTIR
A NENHUMA VIRTUDE OU ALGOZ...

MAS, SIM,
EU TENHO CONVICÇÃO DE QUE NUNCA MAIS
VERÁS OS OLHOS BRANDOS,
PUROS DE VIVACIDADE
BRILHAR FRONTE AOS TEUS DESEJOS SUBLIMES E TENAZES,
POIS OS SENTIMENTOS SIMPLES,
TAMBÉM, VIVERAM SÓIS,
AMARAM SE SOMENTE POR TODAS AS EXISTÊNCIAS,
QUE NÃO MAIS VIVEM EM MIM...

EU SEI,
SE FOI COMO UM LASTRO,
PERMANECERAM SE COMO UM LAPSO E,
AMANHECI SERENO...
SENSATO É PENSAR QUE À CADA DIA,
EXISTE SIM, UMA FRAÇÃO EXATA
QUE NÃO CABERÁ NEM MAIS UM SEGUNDO
PARA UM NOVO AMANHECER...

ZÉDU DÁVIDA 21/01/13

                        POR QUÊ O SER SERÁ!?

EU E O VAZIO, NESSE MOMENTO...
POR ONDE IR , SE PAREI...
O ARCO E O DESTINO DESLIZAM
SOBRE AS MINHAS MÃOS...
PORQUE SE FOI SEM MIM E,
ESTOU QUERENDO DIZER EM PALAVRAS,
POIS ELAS SABEM A COR DO CÉU...

O QUE QUERO NÃO SOU,
MAS SE TALMENTE FOSSE E QUE SOBRARA,
ANDAREI AO SABER DEIXAR...

E DEIXEI OS PAPÉIS E A VIDA,
PARA CAMINHAR ETERNAMENTE,
NO ESQUECIMENTO DO BRIO,
NA INSENSATA DOR DO PORVIR...

ATÉ QUE UM DIA,
OU TALVEZ,
ESQUEÇA DOS MESMOS PAPÉIS EM BRANCO,
DO SORRISO SINGELO,
DA ALEGRIA BANAL QUE SALTA OS OLHOS...

POIS TUDO MORRE,
TUDO ACABA NUM FIM SEM  FIO,
QUE COM OS PÉS DESCALÇOS,
CORREM O SUOR DO CORPO FRIO...

HOJE,
O ADEUS ME DEU BOM DIA E,
AS PALAVRAS PERMANECERAM SE NO CORAÇÃO...
E , MEU QUERIDO CHÃO,
FOI SE SEM MIM E,
À PROCURA...

ZÉDU DÁVIDA 16/04/11

                                          O VAGANTE

QUANDO UM SER ENTRAR PARA VIDA,
DESCOBERTO DE SEU CAMPO,
DESCARTE AS PROMESSAS DE SEU DESTINO.
AO SE  DEPARAR COM O VAZIO,
ESCUTE AS PALAVRAS AMARGAS E,
AS TORNE AUSTERA.
POIS À CADA PASSO,
UM CAMINHO,
SEU BRIO...
AS JANELAS DO PASSADO
SÃO COMO JARDINS CINZENTOS E OPACOS.

NÃO SE DESESPERE,
NÃO ESPERE,
VÁ ADIANTE!

ATRAVÉS DE ELOS,
DESBRAVAMOS NOSSOS ÍMPETOS
E À CADA BORDEJO HÁ UMA VERDADE A PRESENCIAR...
À CADA CARNE TRÊMULA,
UM OLHAR A APAIXONAR...

AS LÁGRIMAS SECAM A VIDA,
MAS UM SINGELO OLHAR,
QUE VERÁ ADIANTE,
NÃO É SOZINHO E SERVANTE...
TALVEZ,
UMA FLOR A DESABROCHAR,
UMA PROPOSTA PARA AMAR...
QUEM SOUBER SONHAR...

ZÉDU DÁVIDA

                                SER QUE HÁ, SERÁ!?


O AMOR NÃO SATISFAZ MINHA RAZÃO...
PRECISO OUVIR O SILÊNCIO E,
ESCUTAR O PERDÃO...
QUISERA EU FALAR DE MIM,
AO SABER DE QUE TUDO PARA MIM SE JAZ...

AO MENOS VI,
O DESESPERO DO MENINO E O SORRISO
AO PASSAR PELA JANELA DA VIDA,
AO ENCONTRO DO MAIS PORQUÊ,
DIRIA...
O SENSATO ADEUS ME ACOMPANHA
NA PRIMEIRAS VEZES A SUCUMBIR.

SEI QUE O PEDAÇO DA PARTILHA,
ME RELEMBRA VELHOS ATOS,
POIS SEMPRE , ASSIM,
PROMESSAS...

UM DIA,
MAIS UM,
SOPRANDO O TOM DISTUANTE DA CONVERSA...

PORQUE AO SABER ESTOU,
FRENTE AO VENTO E A PASSAGEM  DA BRISA
E ME LEVA  OUTROS MARES...

O AZUL SE FOI E,
ESTOU POR AQUI

ZÉDU DÁVIDA 11/04/11

                                          HOJE

QUANDO A SORTE SE DEPARAR COM A VIDA,
DIGA À ELA E NÃO SORRIA...
TUDO CABE EM SEU TEMPERO.
TUDO INDO AO DESESPERO...

QUANDO A FACE BASTARIA,
NO RELENTO SALVARIA
UM ESPAÇO NO VAZIO...

QUEM SABE,
OS CAMINHOS A SEGUIR...
UM DIA BASTARÁ DE SAUDADE...

NAS NUVENS CINZENTAS,
O CÉU FICA ILUMINADO E,
SE DESPEDE NA LEMBRANÇA,
NUM GESTO CIFRADO...

É, ASSIM,
O QUE ME RESTA...
ENFIM,
NÃO TEM PRESSA...

ZÉDU DÁVIDA   06/10/08

                                            REVISTA

QUANDO ANDO,
ENCONTRO A INSPIRAÇÃO PROS MEUS SONHOS...
E DEIXO SEGUIR A INTUIÇÃO
E A MÁGOA VAI DEMARCANDO
A INTERROGAÇÃO DOS PROBLEMAS DO CORAÇÃO...
QUANDO SE É JOVEM,
OS PLANOS SÃO A INSPIRAÇÃO
PARA CADA EMOÇÃO...
E MAIS UMA VEZ ESTAMOS NA DIREÇÃO E,
TUDO ISSO NÃO É ILUSÃO...

MAS, ÀS VEZES,
QUANDO A LÁGRIMA SECA NO CORPO
FICA AS CICATRIZES...
TODA VEZ,
QUANDO O DIA ESCURECE,
TEREI A CERTEZA DE QUE  EM ALGUM LUGAR,
HAVERÁ ESPAÇO PARA AMAR...
MESMO QUE A DOR SEJA IMPAGÁVEL...

A ESCURIDÃO É PRESSA SEM DURAÇÃO...
INTERMINÁVEL FICAM OS PASSOS SEM RAZÃO...
NA VIDA UM GESTO,
UM SABOR PRECISO DE DEGUSTAÇÃO...

QUANDO O TEMPO DEFINE O QUE PROCURAMOS,
VAMOS EM BUSCA SEMPRE POR PALADARES,
SEM DISTINGUIMOS O GOSTO E A TEXTURA DA PAIXÃO...
E O SILÊNCIO NOS INOCENTA PARA QUE SEJAMOS LIVRES,
EM UM SEGUNDO FATAL,
PARA BRINDARMOS A VIDA
PARA ENCONTRARMOS A SAÍDA
PARA DESCOBRIRMOS A FERIDA...

TÃO LONGE A ACORDAR
DE UM SONHO LÚDICO E FELIZ,
POIS NA LEMBRANÇA,
A FACE DE QUEM SE DIZ
E NUM CÉU FLAMBADO,
UM ENCONTRO MARCADO NUM MUNDO,
ONDE QUERO SER FELIZ...
MEU CORAÇÃO NÃO DIZ,
MAS VOU SEM FIM...

ZÉDU DÁVIDA  05/10/08