sexta-feira, 15 de julho de 2016

VENDAVAl....

vendi meu amor ...
para facilitar meus erros...
vendi a esperança em meu coração...
na demasiada espera ...
por um fim...
vendi a solidão...
que sufocava em minha
garganta selvagem...
vendi a luz...
que incendiava minha dor...
e, que abreviava dias desses...
vendi meus papéis...
descartáveis e em branco
vendi meu sorriso...
sinceridade entre nós...
vendi minhas roupas...
e comprei apenas...
um cigarro...
comprei uma  bebida barata
para festejar...
a ilusão...
frente ao pôr do sol...
vendi você...
vendi tudo...
e me vendei,,,
velado estou a prosseguir meus passos...
nada, absolutamente, nada...
será capaz de comprar...
meus ínfimos sentimentos sós...
inúmeras vezes,
me perdi no deserto
fronte ao abismo,
em que me recriei...
pois que, de nada,  não quero nada...
não pertenço à sorte,
a me fazer sorrir...
nem a ventura a me fazer creditar...
qualquer embaraço...
a curva do destino...
é meu desenho na manhã...
em que acordo perto de mim...
e distante de todos os detalhes...
e, sei que tudo...
sim, exatamente , tudo...
está à venda...
na cidade dos perdidos...
e enlouquecidos por uma
tal nobreza insensata de ser...
futilmente ,cruel e covarde...
vendo...
venda...
vendar...
velar...
vendaval...
sem prelúdio...
incensante...
inconstante...
derradeiro desprendimento...
em mim...
e em qualquer lugar..
onde nunca existiu nenhum
apresso nem amor...
e, ninguém...
em nome de qualquer palavra...
soltos pelo ar...
final sem final...
relax...
me esquece...