terça-feira, 8 de setembro de 2009

(Em homenagem à Carmen Mayrink Veiga)

Carmin

Sorrir com os dentes de ouro
e uma capa de verniz.
O mundo é lindo,
um paraíso, disse ela.
as convenções te esperam no verão.
Seu Sol é cinza de veludo.
Seu bronze parco no escuro.
Nos olhos de quem já viveu.
A dança do salão, as luzes, focos em ação.

Quando a vida passa seu esplendor,
sua redoma de brilhantes,
diamantes--seu preço.
Seu amuleto.

Na aristocracia a lembrança.
uma lembrança de promessas,
que se vão ao relento do luar.

Seres somos simples
a criar a lenda, o mito
cruel da dança.
É a vida...
de esbaldar o mel à venda.

Onde estará meu amor classudo?
E meu olhar difuso,
ao tentar andentrar
suas nuvens impermeáveis,
mas favoráveis e reais?

Ao encontrar seu buquê de rosas CARMIN,
num projétil estático.
Sobre a aurora cálida,
vejo o marulho do mar,
incansável de prosseguir
a rota dos navegantes...

Meu rumo não está ao mar...
Despeço-me à cada gota.
a lágrima salgada faz-me brotar
um singelo olhar penetrante,
pois um dia,
a vi passar...
E as flores descrentes surgiram límpidas
e estreladas.
O seu olhar!
Zédu,22/07/07

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