NÃO QUERO RASGAR MAIS
MEUS VERSOS...
NÃO QUERO MAIS ME SUFOCAR...
DE TANTA DOR...
POR UM MOMENTO EM VÃO...
QUE SE ESCAPA ENTRELINHAS
E ENTRE NÓS...
NÃO... NÃO QUERO SEGUIR...
PELO DESERTO DA ESCURIDÃO...
ME ESVAINDO...
ME REDUZINDO À PÓ...
E À PROMESSAS FINDAS...
E EM VÃO...
MAS SEMPRE EU PRECISO
DECIDIR POR MIM...
E SEMPRE DECIDO SEM PERCEBER
NEM IMAGINAR...
COMO SERIA DIFERENTE...
ESTOU LONGE DAQUI...
LONGE DE MIM...
E PERTO DE TUDO...
NA MULTIDÃO MAIS PRÓXIMA...
ATÉ A ÚLTIMA ESFERA...
DE CADA RETRATO,
É UM DETALHE DE CADA HISTÓRIA
QUE ME FERVE À PELE...
NO DORSO VITAL
DA VIDA...
SIM, EU RESOLVI ME DESPEDIR...
DIZER ADEUS AO PASSADO...
SEM FAZER AS PAZES
AO QUE SE PASSOU E,
AO QUE ME IMPORTA...
POIS NÃO FAZ MAIS DIFERENÇA...
EM SER O QUE FUI...
OU VIVER O QUE FAÇO...
EU SOU UM CAVALHEIRO SELVAGEM...
UM ANIMAL DE INSTINTOS
E ÂNSIAS PELO AGORA...
E PELA SORTE DE ACONTECER...
MAS MEU CORAÇÃO SE QUEBROU...
EM MAIS DE VINTE MIL PEDAÇOS...
DILACERANDO TUDO O QUE
HÁ EM MIM...
E ASSIM ESTOU A VIVER...
E DIZER ADEUS...
A VOCÊ...
E AO QUE NÃO ME IMPORTA...
PORQUE O VAZIO ME CONSOME
E ME ALIMENTA DE OUTRAS...
PROMESSAS E HISTÓRIAS...
MAIS VISCERAIS E BANAIS...
E CADA GOTA DE SOLIDÃO
ME ENTORPECE COMO
UM VINHO BARATO...
E A SAUDADE ARRANCOU...
MINHAS ESPERANÇAS...
POIS VOCÊ FOI EMBORA
PARA A ALGUM LUGAR FRIO E DISTANTE...
E, EU FIQUEI A SOBREVIVER
DE DIAS CONTADOS NOS DEDOS
A SE ACABAREM...
REZANDO, ORANDO A DEUS,
QUE ALIVIASSE MINHAS ANGÚSTIAS,
DORES E MEDOS...
MAS NADA DISSO VAI ACABAR...
JAMAIS...
E NÃO HÁ COMO RECUPERAR
O QUE PASSOU...
NEM ESTANCAR MINHA DOR...
O CORAÇÃO TAMBÉM JÁ SE ACABOU...
E POR FIM...
EU AINDA PENSO...
QUE PODERIA DIZER ALGO
PARA MIM...
MAS NÃO...
NÃO VOLTE MAIS....
A ESTRADA É CURTA E AMARGA...
E A SOLIDÃO EU BEBO...
SEM PARAR...
PORQUE MEU VENENO É SUAVE...
SUAVE VENENO CHAMADO AMOR...
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